segunda-feira, 6 de abril de 2009

Prof. João Queiroz novo reitor da UBI


O Conselho Geral da UBI elegeu o Prof. João Queiroz para Reitor da UBI.
Aqui ficam os meus parabéns ao novo Reitor-eleito e os votos dos maiores sucessos na condução da UBI.
A.F.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Liderança forte e mobilizadora

Do que a UBI precisa neste preciso momento, no ano da graça de 2009, é de uma liderança forte, mobilizadora de toda a academia. Não se confunda liderança com boa gestão. Liderança é a capacidade de mobilizar, no presente, uma comunidade por uma visão do futuro e da indicação clara dos caminhos a lá chegar. Liderança é,também, a capacidade de tomar decisões, de as assumir plenamente, de modo a que a comunidade académica saiba que as coisas vão mudar. Liderança significa tornar visível que, decididamente, as coisas não vão ficar na mesma, de que há um novo patamar a atingir, e de que, com o trabalho e o empenho de todos, vai mesmo ser atingido.
AF
(excerto do programa de acção)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Tempos (mais que) modernos


A UBI faz no dia 30 de Abril 23 anos de existência. É já tempo de assumir a sua maturidade para que se reflicta num aumento de massa crítica, onde todos possam participar na sua construção como a principal instituição pública de ensino superior da região, onde todos possam ser actores, mais ou menos activos e não apenas espectadores das políticas, da estratégia, das decisões sobre as grandes e pequenas coisas que fazem parte do quotidiano da nossa actividade, mas que não são de menor importância.

É claro que, no novo modelo de gestão das Universidades, esta possibilidade de todos podermos contribuir para o crescimento e desenvolvimento da UBI está comprometida por um conjunto de imposições de ordem organizacional que ferem e comprometem a democraticidade de funcionamento e gestão da Universidade Pública Portuguesa. Este modelo transpira falta de pluralismo e concentra na figura do Reitor um conjunto de competências, eu diria, quase infinitas, esvaziando os órgãos intermédios de poder de decisão e de construção participada da Universidade. Para compor o conjunto, tal cereja em cima do bolo, o Reitor é eleito apenas por alguns. Por isso, qualquer Reitor terá praticamente todo o poder para decidir sozinho aquilo que quer que a UBI seja.

Posto isto, creio que qualquer um dos candidatos poderá fazer sempre alguma coisa de relevante para a UBI, uma vez que têm todas as prerrogativas e instrumentos legais para fazerem tudo o que quiserem, ou praticamente tudo, haja orçamento!

Para mim, e neste cenário de défice democrático de gestão e organização, tão importante como aquilo que se propõem fazer os candidatos a Reitor, será terem a cultura democrática de ouvir os outros e fazerem uma gestão de acordo com o que a comunidade universitária espera, catapultando sempre a UBI para o crescimento e afirmação científica e humanista; pois é justamente isso que uma Universidade Pública deve ser de acordo com o Artigo 11º da Lei de Bases do Sistema Educativo e não apenas uma empresa de produção de “papers” científicos, em que o espírito crítico e a consciência social ficam à porta da linha de produção científica.

Por outro lado, formar alunos do ensino superior universitário é “assegurar uma sólida preparação científica e cultural e proporcionar uma formação técnica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e fomente o desenvolvimento de capacidades de concepção, de inovação e de análise crítica” (ponto 3º do Artigo 11º da Lei de Bases do Sistema Educativo). Ora, isto também só é possível com uma Universidade multidimensional e, por isso, não podemos ver a instituição como uma simples linha de montagem do início do século XX.

Sendo assim, e neste novo contexto, o melhor Reitor para construir uma universidade que continue a cumprir o âmbito e objectivos do Ensino Superior Público, será o que melhor souber ouvir, o que conjuntamente pensar e o que conseguir alargar o seu ângulo de visão com a visão de todos.

JP Castro Gomes, Prof. Associado com Agregação
Depto. Engenharia Civil e Arquitectura - Faculdade de Engenharia

terça-feira, 24 de março de 2009

Os Antigos Alunos da UBI

Os antigos alunos de uma universidade são um dos seus maiores patrimónios. Há universidades que valorizam esse património e o rentabilizam e há outras que não lhe dão o devido valor. Com efeito, o capital humano é o mais importante, o que dá sentido a outros tipos de capital, sejam de tipo imobiliário ou financeiro.
É sabido que nas universidades de topo norte-americanas, sobretudo as da Ivy League, há um culto dos antigos alunos. Estes tornam-se verdadeiros embaixadores e promotores da sua alma mater, à qual se sentem para sempre ligados por um forte sentimento de pertença recíproca.
Existe há muito a Associação de Antigos Alunos da UBI, o que é excelente pois é condição necessária para uma acção continuada e sólida do relacionamento da universidade com todos os que nela estudaram e agora se encontram disseminados por toda a sociedade. Mas a existência da AAAUBI não basta. É preciso que, obviamente em colaboração com ela, a UBI institua uma forte cultura e uma política activa de antigos alunos. E isso faz-se com medidas concretas.
Hoje, 24 de Março, é Dia do Estudante. É uma data que se repete todos os anos e que obriga a que, pelo menos uma vez em 365 dias, o Estudante ocupe a atenção da comunidade. O mesmo devemos fazer com o antigo aluno da UBI. Neste momento, há cursos que organizam um jantar com antigos alunos no último sábado da recepção ao caloiro. Institua-se tão boa prática. Crie-se o dia do Antigo Aluno da UBI, a realizar num sábado de portas abertas da universidade, com visitas guiadas às instalações, com colóquios, e com um almoço de confraternização. Certamente muitos antigos alunos virão com as suas famílias em visita à Covilhã, rever espaços e reviver tempos marcantes na sua vida. Cuide-se de tão importante património. Sei por experiência própria, por ir aos jantares de curso de antigos alunos, o quanto uma iniciativa destas teria bom acolhimento na imensa comunidade ubiana, que já é muito maior fora da UBI que dentro da UBI.

sábado, 21 de março de 2009

Vale a pena apostar em quem sai da mediania da crítica


Conheci o António Fidalgo num encontro na Arrábida organizado pelo nosso comum amigo Mário Mesquita. Era um seminário sobre os intelectuais e a comunicação social. As nossas conversas começaram aí em prolongados serões. Impressionou-me sempre o entusiasmo dele com a UBI e o papel que sonhava a sua universidade poderia desempenhar no desenvolvimento da Beira Interior. Falou-me do trabalho pioneiro que ali se fazia na sua área, a Comunicação, e não se cansava de referir os belos arranjos arquitectónicos a partir de antigas fábricas com adições que respeitavam o ambiente e a paisagem urbana. Desafiou-me a um dia lá ir falar a alunos e a visitar a universidade. Mostrou-ma com um entusiasmo contagiante. Edifício após edifício, sala após sala, incluindo a magnífica conversão de um antigo convento em Reitoria. Mostrou-me os planos de expansão, o futuro tal como ele o antevia, as possibilidades ali à mão de um espírito empreendedor e com sentido de liderança.
As conversas prolongaram-se em passeios pela região. Sabendo do meu interesse pela paisagem, levou-me em peregrinação a Sortelha, a Monsanto, ao Sabugal, a Castelo Mendo e Almeida, falando-me com convicção do espírito do lugar que era preciso insuflar de novo sopro e ligar ali à energia que vinha de Espanha, abrindo as fronteiras da Raia.
Fiquei contagiado e já lá voltei fazendo eu agora de guia turístico a amigos e familiares.
Mas encontrámo-nos depois muitas vezes mais quando o Fidalgo passou uma temporada em Harvard e descia mais ao sul até à Brown para prolongarmos as conversas. Sempre a UBI na boca e no coração, sempre o futuro dele colado ali à terra.
No meio do pessimismo nacional, vale apostar em quem sai da mediania da crítica negativa do passado e tem há décadas os olhos postos no futuro.

Onésimo Teotónio Almeida
(Professor Catedrático na Brown University, EUA)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Audições Públicas

Decorrem nos próximos dias 26 e 27 as audições dos quatro candidatos a Reitor da UBI. Por sorteio, a ordem de intervenções é a seguinte
Dia 26, 11h: António Fidalgo. 15h: Jorge Barata
Dia 27, 11h: João Queiroz. 15h: M. Santos Silva
As audições são públicas, que terão cerca de 2h30 cada uma, decorrem no Anfiteatro de Sessões Solenes (Pólo 1).
De forma a garantir a máxima divulgação, será ainda efectuada a transmissão em directo via web.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Acessibilidades e estacionamento na UBI

Finalmente o acesso à Fase 6 do Pólo 1 e ao núcleo da Real Fábrica Veiga do Museu de Lanifícios, junto à ribeira, passou a ser de sentido único, com o trânsito a entrar junto ao Centro de Informática e a sair pelo Parque da Goldra, terminando na rotunda junto à prisão. É uma pequena melhoria num grande problema que a UBI tem: o das acessibilidades e do estacionamento.
Pela própria localização da UBI, dentro da cidade, e logo numa cidade de montanha, os acessos não são fáceis e o estacionamento é escasso. Por isso é necessário estabelecer contactos com a Câmara Municipal para fazer face ao problema. O Parque da Goldra poderá aliviar um pouco o problema, mas será difícil inventar espaço de estacionamento onde ele não existe (Pólo 1), especialmente junto aos edifícios das faculdades Ciências, e de Artes e Letras. Já no edifício das Ciências Sociais e Humanas, no Pólo 4, é possível aumentar os lugares de estacionamento, procurando soluções em conjunto com a autarquia.
Porém, mais do que lugares de estacionamento, temos de pensar em formas de acesso por transporte público, mais realistas e mais amigas do ambiente. Nos Estados Unidos existe o sistema de shuttle, de autocarros da universidade, que regularmente fazem o percurso entre os diversos campos das universidades. Pergunto: não faria sentido ter um autocarro que partisse da Medicina, subisse a Avenida da Anil, passasse pelo Pólo 1 e seguisse até à Carpinteira, aos Edifícios das Ciências Sociais e Humanas? Creio que sim. Poder-se-ia começar devagar, com um autocarro partindo às 8h30 da Medicina e chegando às 9 à Carpinteira, que repetiria o percurso umas 4 vezes ao dia, até às 18h.
Sabendo-se que há uma nova concessionária de transportes urbanos na Covilhã, é bem provável que seja possível negociar novos percursos que sirvam os interesses da comunidade universitária. Tudo dependerá da adesão das pessoas, mas se não se oferecer o serviço nunca se saberá se elas estão ou não dispostas a isso.
AF

quarta-feira, 18 de março de 2009

Cooperação estreita e leal com a AAUBI e o Provedor dos Estudantes.

O Reitor reconhece na AAUBI o legítimo representante dos estudantes da UBI e reunirá regularmente com a Associação Académica para troca de informações e discussão de todas as medidas que afectem directamente os estudantes. Os estudantes são a razão de ser da UBI e à AAUBI competirá exprimir, e fazer valer, o sentir e a opinião dos alunos.
Quanto ao Provedor dos Estudantes, eleito pelo Conselho Geral, o Reitor reconhece a dignidade estatutária de que o cargo se reveste e respeita a sua independência. O Reitor garantirá a liberdade de acção do Provedor, nomeadamente o acesso a toda a informação necessária para um efectivo exercício das suas funções. Consciente de que a função do Provedor dos Estudantes em muito contribuirá para um funcionamento harmonioso da UBI, o Reitor assegurará ainda que as suas recomendações serão devidamente tidas em conta pelos órgãos da UBI, em particular os departamentos e serviços a que essas recomendações são dirigidas.

AF
(excerto do programa de acção)

terça-feira, 17 de março de 2009

Valores como o rigor, o trabalho, o estudo, o debate e a investigação são premissas que para mim fazem a diferença na “Universidade”.

Acabei de ler o seu programa de acção para 2009-2013, da mesma forma que li todos os outros. Como aluno da Universidade da Beira Interior, é com agrado que vejo que o processo de eleição do novo reitor despoletou na comunidade académica, uma introspecção invulgar, que ainda não tinha visto nos três anos que dela faço parte. Muitas das ideias do plano, vão de encontro algumas preocupações que tenho. Como aluno acho interessante, quando um candidato a reitor procura ir de encontro as necessidades de uma comunidade diversificada, interdisciplinar e cada vez mais multicultural. Perceber que quem “escreve um plano”, centra-o no saber e conhecimento é algo que me deixa bastante entusiasmado. Acredito piamente em diversos valores referidos. Valores como o rigor, o trabalho, o estudo, o debate e a investigação são premissas que para mim fazem a diferença na “Universidade”. Aliás considero a “Universidade” a mais fiel representante de todos eles, capaz de os congregar numa única identidade. Embora (e como revela esta tomada de posição) não faça parte do grupo que pela sua representatividade da comunidade académica, elegerá o novo reitor, acho importe todos os alunos, docentes, funcionários e não só, envolverem-se nesta discussão, manifestando o seu sentido crítico, agrado ou desagrado com as propostas apresentadas.
Vejo este espaço universitário embrião de projectos criativos inovadores, que aproveita os seus “talentos” desenvolvendo-os e acarinhando-os. E este é para mim um ponto que neste momento anda “pelas ruas da amargura”. Perceber que temos na comunidade quer docentes, quer alunos empenhados e criativos, quando mesmo assim não os aproveitamos em prol da universidade é algo que me deixa muito preocupado.
Contudo, acredito num novo patamar, acredito também no diálogo conjunto de todos os elementos da comunidade, na construção desse patamar.
Não quero com isto dizer nada de mais, quero apenas manifestar o apoio a esta candidatura como de certo tantos outros já o fizeram.

Bem-haja.

Ruben Duarte
Aluno de 3º Ano do Curso de Design da Multimédia

segunda-feira, 16 de março de 2009

É obrigação dos SA facilitarem a vida a alunos e professores e não complicá‐la

A reorganização dos Serviços Académicos é uma exigência urgente. Para a sua reorganização deverão ser tomados em conta os seguintes princípios, que são certamente uma evidência, mas que alunos e professores da UBI, por experiência própria, gostarão de ver “escritos em letra de forma” no programa de acção de qualquer candidatura a reitor:

i) Os SA servem a UBI, em particular os alunos e professores no processo de ensino/aprendizagem. Parafraseando o Cristo, os SA foram feitos para alunos e professores e não estes para os SA.

ii) É obrigação dos SA facilitarem a vida a alunos e professores e não complicá‐la com um rol de exigências burocráticas, muitas vezes sem sentido algum.

Os novos Estatutos da UBI abrem uma porta à reorganização dos Serviços Académicos, e centrando‐os na sua função essencial, a saber, a de organizarem competentemente e atempadamente os processos dos alunos, pautas de disciplinas e lançamento de notas. Com efeito, os Estatutos de 1989, no Artigo 48º, dedicavam nada menos do que uma página inteira (320 palavras!) à organização e atribuições dos SA. Os novos Estatutos são omissos quanto à organização e atribuições dos SA. O novo reitor terá assim toda a margem de manobra para os reestruturar e recentrar nas funções essenciais e libertá‐los de funções que não devem ter. Não se compreende, por exemplo, que actualmente, e por força dos regulamentos, o Director dos Serviços Académicos seja o secretário do Conselho Pedagógico da UBI e dos Conselhos Pedagógicos das cinco Faculdades! Também não se compreende que até agora o Director dos SA tivesse tido um papel preponderante na proposta e feitura de regulamentos para os órgãos científicos e pedagógicos, entre outros.

O Vice‐reitor para os assuntos académicos será encarregado de, logo após a sua tomada de posse, coligir e analisar a informação sobre os SA de outras universidades, em particular daquelas cujos SA se tenham destacado pela sua eficiência, e de apresentar uma proposta de reestruturação dos SA da UBI, que o reitor levará a discussão no Senado. A reestruturação será feita sem atropelos, mas será feita de forma decidida e cabal.

AF

(excerto do programa de acção)

domingo, 15 de março de 2009

Testemunho de uma liderança incomum

Conheci o Professor Fidalgo durante o mestrado que frequentei na UBI, vai para mais de uma dúzia de anos.
As suas aulas começavam, quase sempre, sem que se desse por isso e pareciam terminar antes do tempo. O apelo ao estudo, esse estava sempre presente: “é preciso ler, é preciso ler, meus senhores”. Percebia-se claramente quem eram os alunos e quem era o professor, quem liderava e quem era liderado. Mas sempre num clima de respeito mútuo e informal. Para ir directo ao assunto: trabalho era trabalho, conhaque era conhaque.

Foi este professor exigente que tive o privilégio de poder escolher para meu orientador na dissertação de Mestrado. Conheci então o orientador amigo e empenhado com o qual sempre pude contar, na avaliação crítica e metodológica do meu estudo. Conheci, também, o seu dom de motivar, as repetidas manifestações de confiança e encorajamento com que me distinguiu. Conheci, enfim, o genuíno entusiasmo pela investigação que me soube contagiar. Que grande orientador.

Mestrado concluído, tive a sorte de integrar a equipa de investigadores do Labcom da UBI. Pude assim com ele privar mais de perto, ano após ano, em sucessivos encontros de trabalho no Labcom, mas também no decorrer das muitas jornadas científicas, em Portugal e no estrangeiro, em que fomos participando, e desse modo perceber melhor uma pessoa incomum. Tão incomum que lidera sem se impor. Tão incomum que se faz ouvir sem precisar de levantar a voz. Tão incomum que é capaz de mobilizar as suas equipas com uma só frase, uma só palavra, muitas vezes, até, só com a sua presença.

Américo de Sousa

sexta-feira, 13 de março de 2009

Exigencia y rigor, transparencia y justicia.


Tengo el mejor recuerdo de António Fidalgo como presidente de la Comissão de Avaliação Externa dos Cursos de Comunicação en Portugal. En todo momento destacó su criterio muy exigente en la defensa de un modelo educativo moderno, eficaz y plenamente europeo. Un país -ese era su criterio- se hace grande a través de la mejora de sus estructuras educativas. Exigencia y rigor, transparencia y justicia presidieron su ejemplar manera de trabajar.

Lo que fue una experiencia coyuntural, de unos encuentros breves en la evaluación de los centros académicos, se convirtió en amistad y admiración. Antonio Fidalgo, gracias a su vitalidad intelectual y emprendedora, ha contribuido a que los académicos de la comunicación, de toda la geografía española, conozcamos, con positiva sorpresa, la UBI y la ciudad de Covilhã.

Bernardo Díaz Nosty
Profesor Catedrático de Periodismo
Creador y editor de Infoamérica

quinta-feira, 12 de março de 2009

Uma equipa reitoral coesa

O reitor necessita de colaboradores próximos para liderar a universidade na multiplicidade e diversidade de áreas e tarefas da governação. Vice-reitores e pró-reitores deverão constituir uma equipa coesa, trabalhando no mesmo sentido, concretizando nas suas áreas de acção as directrizes programáticas gerais definidas pelo reitor. Tais áreas de acção serão transversais a toda a universidade, e não haverá vice-reitores para esta ou aquela faculdade. Não é admissível, pois, uma equipa reitoral dividida, nem será tolerado que qualquer membro prossiga objectivos próprios, à revelia do determinado pelo reitor.

O reitor fará uma distribuição clara de tarefas, de modo a responsabilizar cada membro da equipa. Só assim será possível avaliar o desempenho individual de cada vice-reitor e pró-reitor. Para isso cada um terá a indispensável autonomia de acção e correspondente delegação de poderes. A competência e a eficiência que o reitor exigirá de vice-reitores e pró-reitores estará precisamente em relação directa com a autonomia concedida a cada um deles.

Por experiência própria e por análise externa do que se tem verificado na última década, creio que, neste capítulo, uma das falhas graves da UBI tem residido na excessiva centralização de tarefas no reitor, na falta de coesão da equipa reitoral, e na indefinição de funções dos vários vice-reitores. Sem autonomia de acção e sem definição de tarefas, os vice-reitores não passam de secretários bem pagos do reitor.

(excerto do Programa de Acção)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Candidaturas Online

Foi hoje publicado o edital com as candidaturas a reitor admitidas a concurso. No site da UBI é possível consultar os programas de acção e currículos dos candidatos, bem como as datas das audições e da votação.

terça-feira, 10 de março de 2009

Siempre recuerdo tu firmeza y fortaleza, moral y profesional


Estimado Antonio Fidalgo:
Ha sido una agradable sorpresa tener conocimiento de tu candidatura a rector de la UBI. Tu compromiso con una universidad de excelencia y tu interés constante por la mejora de nuestra actividad docente, no son ninguna sorpresa para tus colegas españoles ni tampoco para mí. Nos conocemos desde hace tiempo y hemos compartido viaje por algunos territorios comunes: diversos congresos nacionales e internacionales, proyectos docentes y editoriales y evaluaciones conjuntas, como las últimas sobre los títulos universitarios de comunicación portugueses. En estas circunstancia no han faltado dificultades, pero siempre recuerdo tu firmeza y fortaleza, moral y profesional, para superarlas. Recuerdo ahora en particular las largas jornadas de evaluación de las carreras de comunicación de las universidades, a lo largo y ancho de Portugal. Por encima de cualquier componenda, presión o compromiso, siempre prevaleció tu independencia -que fortaleció la del resto de los evaluadores nacionales e internacionales-, tu pofesionalidad y el rigor académico.

Como candidato, estoy seguro que eres una excelente oportunidad de mejora para la UBI. Por lo que solo puedo desearte mis mejores deseos y un poco de suerte.

Afectuosamente,


Marcial Murciano
Presidente de Honor de Conferencia de Decanos de Comunicación de España
Catedrático de Periodismo y Políticas de comunicación

segunda-feira, 9 de março de 2009

Serviços Sociais

O apoio social dado pela UBI aos alunos que dele necessitem não é um favor prestado, antes um dever que tem como contrapartida o direito que os alunos têm a esse apoio e que lhes assiste pela própria Constituição da República. Assim, a UBI elucidará os alunos dos seus direitos sociais e, bem assim, dos critérios que presidem à verificação das condições de candidatura a bolsas. Os critérios de atribuição de bolsas deverão ser claros e simples, abertos ao escrutínio de toda a comunidade académica, de modo a que os alunos possam verificar por si mesmos a sua elegibilidade ou não elegibilidade a uma bolsa da acção social.

O Reitor encarará a acção social como área prioritária de actuação, exigindo das instâncias governamentais próprias a transferência de verbas que cubram as necessidades sociais dos estudantes e destinando, na medida do possível, receitas internas da própria UBI para acudir aos casos de maior necessidade social. Através dos SASUBI, a UBI tudo deve fazer para que nem um dos seus alunos deixe de estudar por falta de apoio social.

(EXCERTO DO PROGRAMA)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Vocação de líder respeitado


Ao longo do primeiro semestre de 2005, integrei a Comissão de Avaliação Externa dos Cursos de Comunicação, presidida pelo Prof. António Fidalgo.
Foi um trabalho de responsabilidade maior, envolvendo critérios de rigor e exigência, mas também capacidade de conciliar sensibilidades e opiniões diversificadas, num grupo que reunia dos mais qualificados académicos desta área, provenientes de universidades de todo o País.
O êxito dessa missão só foi possível graças à vocação de líder respeitado evidenciada pelo Prof. António Fidalgo, que conjuga uma competência elevada na área das Ciências de Comunicação com um talento notável em matéria de percepção no domínio da organização e objectivos do ensino universitário.
Não devo, também, deixar de mencionar as suas qualidades como homem tolerante e de convívio agradável, características que julgo essenciais no perfil de um líder.

Mário Bettencourt Resendes

quinta-feira, 5 de março de 2009

A grande prioridade

A universidade é, antes de tudo o mais, uma comunidade e um lugar de estudo, de professores e alunos. De pouco vale falar de “qualidade” e de “excelência”, ou empregar outros epítetos da moda como “universidade de referência” ou “investigação de ponta”, se não houver, dito de forma chã, estudo. Certas pedagogias e demagogias académicas em moda apoucam o estudo referindo-se-lhe como empinanço ou marranço. São tendências infantilizadoras da educação, da universidade e até da sociedade, que pretendem que se pode aprender a brincar, e que tudo pode ter uma versão light.

Da minha experiência colhida em universidades estrangeiras (Würzburg, Colónia e Harvard), o que reparei é que a diferença de base relativamente à UBI é que ali se estuda muito mais. Assim, a medida prioritária e permanente a tomar será a de promover um ambiente de estudo sério, entendendo por estudo a concentração da atenção a matérias científicas por períodos largos de tempo.

AF

segunda-feira, 2 de março de 2009

O mito é o nada que é tudo


No próximo sábado, 7 de Março, os membros do Conselho Geral recebem as cópias das candidaturas a reitor a UBI. Começa, então, uma das suas missões mais importantes: analisar o Curriculum Vitae e o Plano de Acção de cada um dos candidatos e, depois, auscultá-los publicamente diante toda a Academia. Como é óbvio, finalmente, só os Conselheiros é que decidirão, de forma livre, independente, no segredo da sua consciência, quem será o nosso próximo Reitor. É isto que se espera de cada um deles. Mas tal não significa, pelo contrário, que o devam fazer de costas voltadas para o sentir da Academia.

* * * * * * * * * * *

Conheci o Prof. António Carreto Fidalgo, em 1989, numa aula, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Desde o primeiro momento impressionou-me o grau de rigor e de exigência que punha nas suas aulas: logo na primeira, fui chamado ao quadro, onde tive de explicar, perante os meus colegas, um texto particularmente difícil. São daqueles momentos que nos matam ou nos fazem viver. Acabado de chegar da Alemanha, o Prof. Fidalgo logo começou a ser conhecido entre os nós pelo nome de ‘Fritz’. E já então era famosa a sua boina.

Aos poucos, além da acribia científica, do rigor intelectual e da exigência moral, consigo e connosco, fomos começando a conhecer, sobretudo no âmbito de Seminários, outras facetas do Professor, do Homem e do Amigo dos seus alunos: o homem livre e sem meias tintas, que em tudo fomentava a nossa própria liberdade para investigar, falar e intervir; o melómano inveterado, amante de Bach, frequentador do São Carlos e da FCG; o leitor de Lutero, de Kant, de Dostoiesvki ou de Herman Hesse, que nos dava a conhecer obras de que nunca tínhamos ouvido falar; o conversador e amigo de uma boa discussão, mormente à volta de uma mesa de petiscos, ali, numa tasca do Cais do Sodré ― discussão amiúde temperada com uma franca gargalhada renana e, à mistura, cum grano salis, alguma socrática ironia; o homem de sólida cultura; o curioso dos computadores in statu nascendi; o amante da matemática, o homem de fé… Paulatinamente, com um ‘scholar’ que tinha a Universitas na massa do sangue, íamos compreendendo que a Universidade não esgotava a Vida, mas nela podia encontrar um espaço privilegiado de abertura a tudo quanto é humano.

«Curiosamente, quando cheguei à Covilhã, bastantes anos mais tarde, compreendi que havia na UBI um mito Fidalgo que, quiçá temeroso de ‘ser chamado ao quadro na primeira aula’, se fixara na faceta do duro, glacial e inflexível Fidalgo. Ora, como diria F. Pessoa (Mensagem), “o mito é o nada que é tudo” e assim, “nas calhas da roda”, foi alastrando, alastrando... E como o mito Fidalgo, adejado nesta ou naquela circunstância qual bicho-papão, perante docentes, funcionários ou alunos, tanto jeito tem dado a alguns!

Mas é tempo de “querer passar além do Bojador”, de divisar latitudes outras para lá da Gardunha, de espelhar no céu novos mares: ver além do
Mythos e configurar a realidade. UBI, faz-te ao largo! É Hora!»


José Rosa
(Departamento de Comunicação e Artes)

Candidatura entregue

Eram 12,20 quando entreguei a candidatura na Secção de Expediente da UBI.

Para já foi um enriquecimento pessoal elaborar um programa de acção reitoral para a UBI 2009-2013. Obrigou-me mais uma vez a fazer uma análise do que é a UBI hoje, do que deve ser amanhã e como devemos lá chegar. Dividi o programa em 4 partes: 1) Onde estamos; 2) Onde queremos chegar; 3) O que devemos fazer; 4) Como o devemos fazer. São 26 páginas ao todo.

Se o Conselho Geral entender tornar públicos os Programas de Acção dos candidatos, espero que o meu contribua para uma discussão mais rica do presente e do futuro da UBI.

domingo, 1 de março de 2009

Cá e lá, segurar os estudantes

A notícia do NY Times , de que para segurar os estudantes as universidades americanas estão a fazer cortes em tudo menos na ajuda social, mostra-nos duas coisas: 1) que a situação difícil do ensino superior é geral e que se tem agravado com a crise económica; 2) que a prioridade das universidades está na manutenção da população estudantil.

A UBI precisa de mais alunos. Tem capacidade instalada para isso e necessita de fortalecer a sua massa crítica. Para isso não pode desguarnecer a retaguarda, o apoio aos alunos inscritos. É fundamental manter os alunos que já cá estão, até como forma de atrair novos alunos. A lógica dos centros comerciais e dos restaurantes também funciona nas universidades: quem tem gente atrai gente, quem tem pouca gente até esses perde.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Que universidade queremos

Sonhar é fácil e podemos sonhar a UBI como um MIT, ou outra universidade de referência mundial, com milhares de milhões de fundos financeiros e com prémios Nobel entre os seus professores, mas já não será sonho, antes objectivo bem concreto, adoptar os princípios e as regras seguidos nas melhores universidades: garantir a liberdade de ensinar e investigar, premiar o mérito científico e pedagógico, estabelecer critérios transparentes e públicos de avaliação de alunos e professores, recusar qualquer tipo de paroquialismo e compadrio em concursos e nomeações, combater a endogamia.

O que queremos, pois, de forma clara e simples, é uma universidade que paute a sua acção pelos mais elevados critérios de qualidade académica. O significado de mérito e transparência deve ser o mesmo aqui e nessas universidades, pelo que nunca será de admitir que, aplicando as mesmas regras, os resultados de um concurso ou de uma avaliação na UBI sejam diferentes de um concurso ou de uma avaliação realizados lá.

(excerto do Programa de Acção)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Entrevista ao JORNAL DO FUNDÃO

"A minha candidatura insere-se num novo ciclo da UBI

JORNAL DO FUNDÃO – Quais são as principais motivações para o professor se candidatar a reitor da UBI?

ANTÓNIO FIDALGO – A universidade inicia um novo ciclo. O facto dos novos estatutos terem entrado em vigor e do Conselho Geral estar a funcionar, traz novos procedimentos e formas de actuar que obrigam a metas mais exigentes. Por outro lado, a UBI, como todas as outras universidades portuguesas, vê-se confrontada com desafios, dificuldades e oportunidades que são próprios de entrarmos numa sociedade do conhecimento. Isso requer das universidades uma resposta diferente às exigências sociais, económicas e culturais. A minha candidatura insere-se nesse contexto de um novo ciclo e de novos desafios.

De entre os vários pontos do seu programa, quais as iniciativas que pode já avançar?

Há objectivos a médio e longo prazo e há tarefas a curto prazo. No caso destas, o próximo reitor terá de aplicar os estatutos, fazer os regulamentos, nomeadamente para a eleição dos presidentes das faculdades, dos departamentos, para o funcionamento dos órgãos das universidades. Mas é também fundamental termos os regulamentos feitos com a participação de toda a academia, de professores, mas também com a participação dos alunos, sobretudo, para os Conselhos das Faculdades.

Há também que escolher um administrador. A tarefa deste é de suma importância para o novo ciclo que aí vem. O reitor não pode dividir a sua atenção pelas mil e uma preocupações que a universidade encerra, ele tem de partilhar esse governo por uma equipa coesa, de onde faz parte o administrador.

O próximo reitor da UBI terá de trabalhar numa plataforma de entendimento com os membros do Conselho Geral, a quem tem de apresentar o Plano de Actividades e o Orçamento, entre outras coisas. Como vê esse cenário, em relação ao anterior método?

No anterior modelo, o órgão que elegia o reitor, que era a Assembleia da Universidade, não era o mesmo a quem o reitor prestava contas, que era ao Senado. Agora temos um mesmo órgão que elege e ao qual se presta contas, o que penso ser mais positivo. Todos esses factos alteram o espírito e o funcionamento destes órgãos. O reitor tem de trabalhar numa atmosfera de colaboração com o Conselho Geral e com os outros órgãos das universidades, nomeadamente as faculdades, porque têm uma autonomia científico-pedagógica que até este momento não existia, desta forma.

Toda a entrevista na edição semanal do Jornal do Fundão.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A EUA, a UBI e o novo Reitor


Li, com a maior atenção, o Relatório da EUA.

Alguns poderão ver este documento como mais uma ilustração daquela lei geral que diz que os portugueses precisam sempre que os outros digam – de preferência, em inglês – aquilo que há muito já sabem. Ou seja: que no se refere à maior parte das suas observações e recomendações, o Relatório aponta para coisas que são, há muito, do conhecimento geral – desde as queixas de estudantes e docentes sobre o funcionamento dos Serviços Académicos ao carácter pouco internacional da nossa investigação.

Um primeiro argumento contra essa visão é o de que é importante resumir, num só documento, todas as coisas que já sabíamos; e, ainda mais, quando esse resumo é feito por entidades estrangeiras e independentes.

Um segundo argumento, muito mais importante do que o anterior, é o de que o Relatório acentua, em vários dos seus passos, a necessidade de a UBI desenvolver uma nova visão estratégica (ver pp. 14 e 19, por exemplo).

A proposta dessa visão estratégica, feita de forma clara e fundamentada é, sem dúvida, uma das principais responsabilidades dos candidatos a Reitor da UBI – dos já anunciados e a anunciar.

Como o é, também, a de aceitar discutir, com toda a comunidade ubiana – e não só com os membros do Conselho Geral –, essa mesma visão de futuro.

Paulo Serra
(Prof. Associado de Ciências da Comunicação)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Metalinguagem I

Seria bom que aparecessem candidatos a reitor vindos de fora da UBI, até mesmo do estrangeiro. O concurso é internacional, com anúncios na imprensa espanhola (El Pais) e inglesa (the Guardian). Os candidatos de fora obrigariam a um outro tipo de debate, a uma outra reflexão sobre a UBI e o seu futuro. É que não se trata apenas de escolher uma pessoa para reitor; o processo de eleição é também ocasião privilegiada de conceber projectos e de delinear estratégias para o desenvolvimento da instituição.
A poucos dias da data limite para a entrega de candidaturas (090303), fica o voto de que venham candidatos de fora. Será um estímulo e um prazer confrontar ideias com eles.

AF

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Não esconder, mas corresponder

Ontem o Telejornal da RTP1 dava conta de que cerca de 20 alunos da UBI recorriam ao Banco Alimentar. A notícia já tinha sido dada no jornal Público, com chamada de 1ª página. Prova provada de que a preocupação aqui manifestada de crise social tinha razão de ser.

De louvar é a reacção positiva manifestada pelos responsáveis da UBI, em particular pelo Reitor Santos Silva. A UBI tem estado atenta à situação e procura ajudar os alunos carenciados mediante medidas diversas, por exemplo, dando-lhes algumas horas de trabalho e respectiva remuneração. Também a ajuda particular a alunos por parte de alguns professores e do reitor é de louvar.

A pobreza existe na UBI e não é vergonha reconhecê-lo. Vergonha seria nada fazer para a combater. Primum vivere, deinde philosophare, diziam os antigos. Nós dizemos agora que a acção social é um factor indispensável e necessário ao sucesso escolar de muitos alunos que frequentam a UBI.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Carta ao Prof. Fidalgo


A Universidade. Palavra mágica para os que se conseguem deixar tocar pela profunda sensação de liberdade que o saber pode proporcionar aos que o adquirem.

Separar os verdadeiros objectivos de construir saber, dos meros meios, nomeadamente materiais, é neste momento de viragem uma questão de sobrevivência, uma opção entre o futuro ou o fim.

Avaliar o valor dos docentes no sentido de aumentar o potencial de produção de ideias e projectos de ensino e investigação é tarefa difícil, que quanto a mim se deve basear na técnica dos exames aos alunos, pois tem sido aplicada com sucesso ao longo dos séculos. Para além das publicidades vazias, dos espectáculos estéreis, as respostas correctas a questões que impliquem o estudo e o raciocínio são a verdadeira medida da eficiência das palavras e gestos dos professores. Quem quiser avaliar um professor, pode fazer perguntas aos alunos dele, sobre aquilo que devem ter aprendido, deixando de parte outras medidas e estatísticas que, como é sabido, “só são verdadeiramente fiáveis para aqueles que as tiverem manipulado ...”.


Claro que há dificuldades, que há que gerir e pagar contas, mas acima disso há que ver claro na escolha das prioridades: seleccionar os melhores docentes, adequar o pessoal auxiliar às reais necessidades, reduzir desperdícios, aumentar a eficiência de todos os recursos humanos e materiais.


Respeitar os alunos que realmente se esforcem por se tornar profissionais competentes e convidar os que não se enquadram nesse processo a escolher outros rumos e a tornar-se válidos à sociedade noutros domínios é uma questão vital. Alimentar falsas esperanças ou reduzir o nível dos graus académicos é uma estratégia desastrosa a médio prazo, porque a maioria dos portugueses não é cega mas sim capaz de distinguir a melhor qualidade.

Justificar a existência de uma Universidade com “numerus clausus”, notas de ingresso, verbas mesquinhas, ou mesmo promovendo injustiças que desmotivem os colaboradores, pode destruir em pouco tempo aquilo que muito demorou a construir.


Desprender-se das amarras do financiamento, seleccionar os melhores colaboradores é o desafio que se coloca ao novo Reitor da UBI.


Pela minha parte, confio que o Prof. Fidalgo reúne as condições necessárias para uma nova concepção de Universidade.
Sinceros votos de sucesso

João Fonseca
(Prof. Associado do Departamento de Eng. Civil)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Página da candidatura do Prof. João Queiroz a Reitor da UBI

O Prof. João Queiroz acaba de anunciar a sua página web de candidatura a Reitor da UBI. Aqui deixo a minha saudação à iniciativa do Prof. João Queiroz.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O valor de uma academia depende das suas pessoas


Foi com agrado que soube que desde a 1ª hora houve candidaturas a Reitor da UBI. Num período de conturbação financeira e desconfiança em lideranças, há gente que decide dar o seu contributo à causa pública. Só por isso, os candidatos merecem desde logo o meu apreço.
Embora já não seja chamado a votar, confesso que vejo com muito interesse o debate público das ideias que vai ocorrer dentro da UBI. Receio contudo que, o medo que agora paira na sociedade portuguesa, faça "encolher" as perguntas e o "questionamento" que se impõe. Pela minha parte estou sobretudo preocupado com a avaliação e reconhecimento do trabalho das pessoas na UBI. Como vai prosseguir? Será que vamos continuar na senda de apenas produzir muitos ISI ou, emendar a mão e fazer como Harvard está já a fazer, avaliando os 5 melhores contributos que cada Professor entende que deu para a ciência e a para a vida académica? E só discute esses.
Sim, no fundo, avaliar pessoas é muito mais que medir quantidades de escrita em jornais científicos. O valor de uma academia dependerá das suas pessoas, da motivação e empenho demonstrado com obra feita na construção de equipas e mobilização positiva de vontades. Da tenacidade na tomada de decisão nos momentos importantes da vida académica. Estão de parabéns todos os candidatos pois vão permitir escolha entre vários. E isso é democracia."
Pedro Guedes
(Departamento de Ciências do Desporto)

Motivo de preocupação

É motivo sério de preocupação o aumento do número de alunos que não conseguem pagar as propinas. A notícia foi manchete ontem no jornal Público.

Os alunos da UBI serão muito provavelmente os universitários mais afectados pela actual crise económica. De facto, a UBI é a universidade portuguesa com maior percentagem de alunos bolseiros, 38 por cento, indicador de que muitos dos alunos da UBI provêm dos extractos sociais mais carenciados. Exige-se da universidade, e em particular dos seus Serviços Sociais, uma atenção redobrada aos alunos que, por dificuldades económicas, poderão abandonar os estudos.


Os Serviços Académicos que superintendem na cobrança das propinas deverão trabalhar mais de perto com os Serviços de Acção Social a fim de que um atraso de pagamento não induza ao abandono de alunos. Por outro lado, é importante que estes dois serviços esclareçam os alunos sobre a possibilidade de se candidatarem a bolsas bancárias com garantia do Estado e os ajudem nessa candidatura.

A melhor maneira de combater a actual crise económica é a formação qualificada das pessoas. Seria manifesta injustiça o Governo disponibilizar milhares de milhões de euros para segurar a banca e não reforçar a acção social no ensino superior. Um aluno que abandona a universidade é, pela certa, um desempregado a mais e, pior ainda, um futuro ceifado. Há que o evitar a todo o custo.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Reitor e Administrador

O reitor não pode, nem deve, fazer tudo. Tem de se concentrar nas matérias importantes da universidade e deixar a gestão corrente para o administrador. Limpeza, contas da água e da luz, aquecimento, instalações sanitárias, requisições, seguros, férias dos funcionários, são tarefas de um administrador e não de um reitor.
Nada mais descabido do que telefonar ao reitor por tudo e por nada, por uma casa de banho avariada, uma porta que não fecha ou uma janela partida. O administrador e os serviços têm a autonomia para resolver os problemas do dia a dia. Os novos Estatutos são bem claros relativamente a isso. O artigo 52.º estabelece que : "A UBI tem um Administrador, escolhido entre pessoas com saber e experiência na área da gestão, com competência para a gestão corrente da Instituição e a coordenação dos seus serviços, sob direcção do Reitor."
O reitor é um académico (professor ou investigador) e não um gestor. O que lhe compete fundamentalmente é que na universidade haja ensino de qualidade e boa investigação. O administrador é um gestor profissional, com formação própria e específica.
Ninguém queira que o reitor faça o trabalho do administrador. Se o administrador não satisfizer, os Estatutos também indicam a solução: "O Administrador é livremente nomeado e exonerado pelo Reitor." Ou seja, não cabe ao reitor fazer a gestão corrente da universidade, mas cabe-lhe, isso sim, garantir que essa gestão é bem feita.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Entrevista ao jornal O INTERIOR

«Quanto mais candidaturas houver, maior vitalidade há dentro da UBI»

P – Já sabe que, pelo menos, vai ter como opositor João Queiroz. Teme uma eventual recandidatura de Santos Silva?
R – Não, pelo contrário. A candidatura do professor João Queiroz não suscita qualquer surpresa. É uma pessoa que já demonstrou que tem um forte apoio dentro da Universidade e portanto é uma candidatura que se esperava. Quanto à candidatura do professor Santos Silva acho que é muito positiva por duas razões. Neste momento, estamos num debate de ideias, programas, propostas e da situação da Universidade e penso que o contributo do professor Santos Silva enriqueceria o processo porque ninguém conhece melhor a UBI do que ele. O facto de estar à frente da Universidade há 12 anos dá-lhe um conhecimento que é impossível a outra pessoa ter. Por outro lado, a candidatura do actual reitor permitiria um maior leque de opções ao Conselho Geral e nesse sentido saudaria uma candidatura do professor Santos Silva.

(A entrevista integral encontra-se também aqui)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pensar a UBI nos seus contextos

Transcrevo a introdução a este volume de 300 páginas cujo pdf pode ser descarregado a partir daqui (basta clicar na imagem capa do livro):

O presente volume, intitulado Os Tempos e os Modos da UBI, reúne textos que fui publicando, desde que vim para a UBI em 1991, na imprensa regional, nomeadamente Notícias da Covilhã e Jornal do Fundão, e na imprensa universitária, Beira Interior e Urbi et Orbi. Já em 1997 fizera uma compilação de textos a que dera o nome de Ubiversidade.Dispersos sobre a universidade em geral e a UBI em particular, que se encontra também disponível online na minha página pessoal. A nova compilação surgida por ocasião da minha candidatura a reitor da UBI mostra que não foi hoje, nem sequer ontem, que comecei a pensar a UBI e os seus contextos temporais e espaciais, mas sim desde o momento que aqui cheguei.

Na diversidade dos textos e das temáticas tratadas ao longo de todos estes anos transparece uma ideia coerente de universidade e, outrossim, um ideal ambicionado para a UBI. Tive a ventura de ser eu a redigir o preâmbulo aos novos Estatutos da UBI onde se explicita de forma clara essa ideia:
No início do Século XXI, as universidades constituem-se como centros privilegiados de cultura, ciência e tecnologia e representam em todo o mundo um factor essencial de desenvolvimento social e económico. Também em Portugal o ensino universitário e a investigação científica ao mais alto nível desempenham um papel relevante na modernização do país e na afirmação nacional no seio das nações.
A Universidade da Beira Interior assume o espírito secular da universidade europeia de junção e transmissão de todos os saberes e os desígnios contemporâneos de investigação e intercâmbio científicos no seio de uma comunidade universal.
Seja este volume um contributo para o cumprimento dessa ideia nas tarefas que todos, do assistente estagiário ao catedrático, do pessoal auxiliar ao administrador, do caloiro ao aluno de doutoramento, diariamente realizamos dentro da UBI.

Covilhã e UBI, 11 de Fevereiro de 2009

António Fidalgo

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Candidatura a reitor da UBI 2009

À comunidade académica da UBI, alunos, docentes e funcionários

Por edital do Conselho Geral da UBI, encontra-se aberto o processo de candidaturas a reitor da nossa universidade. Dos candidatos ao cargo exige o Conselho Geral que sejam professores ou investigadores, tenham uma visão estratégica de valorização da Universidade da Beira Interior, e sejam capazes de promover valores humanísticos e científicos num ambiente de colegialidade e de inclusão da diversidade de todos os seus membros.

Anuncio, em primeira mão, a toda a comunidade académica que vou candidatar-me. Caberá, obviamente, ao Conselho Geral avaliar se preencho, ou não, os requisitos pedidos e decidir se aceita, ou não, a minha candidatura. Quero, no entanto, justificar perante todos porque o faço.

Um novo ciclo se abre na vida da UBI. Desde logo, porque os novos Estatutos e a alteração do modelo de governação académica a isso obrigam. Mas também um novo ciclo, pelos desafios, dificuldades e oportunidades, que os próximos 4 anos apresentam. Todos estarão conscientes de que, reconhecendo o muito que foi feito nos reitorados de Passos Morgado e de Santos Silva, se torna imperioso alcançar um novo patamar de qualidade académica, pedagógica e científica. Sem dúvida será uma tarefa exigente para todos, mas certamente a única viável para ultrapassar as dificuldades e aproveitar as oportunidades.

Os desafios que se colocam à UBI como pequena universidade do Interior de Portugal exigem tanto uma liderança forte como agregadora de todos os docentes, alunos e funcionários. Os problemas decorrentes da baixa demografia, da diminuição de alunos persistirão e até se agravarão; mas as universidades ganharão novas funções à medida que a sociedade se tornar mais e mais uma sociedade do conhecimento.

Creio ser uma pessoa exigente, firme e determinada, de dizer sim e dizer não, de olhar o futuro sem esquecer o passado, de motivar os que comigo trabalham, de ser imparcial; creio, em suma, ter demonstrado ao longo destes anos, que sei e sou capaz de liderar. Por isso me candidato a reitor da UBI.

Covilhã e UBI, 2 de Fevereiro de 2009

António Fidalgo