A Universidade. Palavra mágica para os que se conseguem deixar tocar pela profunda sensação de liberdade que o saber pode proporcionar aos que o adquirem.
Separar os verdadeiros objectivos de construir saber, dos meros meios, nomeadamente materiais, é neste momento de viragem uma questão de sobrevivência, uma opção entre o futuro ou o fim.
Avaliar o valor dos docentes no sentido de aumentar o potencial de produção de ideias e projectos de ensino e investigação é tarefa difícil, que quanto a mim se deve basear na técnica dos exames aos alunos, pois tem sido aplicada com sucesso ao longo dos séculos. Para além das publicidades vazias, dos espectáculos estéreis, as respostas correctas a questões que impliquem o estudo e o raciocínio são a verdadeira medida da eficiência das palavras e gestos dos professores. Quem quiser avaliar um professor, pode fazer perguntas aos alunos dele, sobre aquilo que devem ter aprendido, deixando de parte outras medidas e estatísticas que, como é sabido, “só são verdadeiramente fiáveis para aqueles que as tiverem manipulado ...”.
Claro que há dificuldades, que há que gerir e pagar contas, mas acima disso há que ver claro na escolha das prioridades: seleccionar os melhores docentes, adequar o pessoal auxiliar às reais necessidades, reduzir desperdícios, aumentar a eficiência de todos os recursos humanos e materiais.
Respeitar os alunos que realmente se esforcem por se tornar profissionais competentes e convidar os que não se enquadram nesse processo a escolher outros rumos e a tornar-se válidos à sociedade noutros domínios é uma questão vital. Alimentar falsas esperanças ou reduzir o nível dos graus académicos é uma estratégia desastrosa a médio prazo, porque a maioria dos portugueses não é cega mas sim capaz de distinguir a melhor qualidade.
Justificar a existência de uma Universidade com “numerus clausus”, notas de ingresso, verbas mesquinhas, ou mesmo promovendo injustiças que desmotivem os colaboradores, pode destruir em pouco tempo aquilo que muito demorou a construir.
Desprender-se das amarras do financiamento, seleccionar os melhores colaboradores é o desafio que se coloca ao novo Reitor da UBI.
Pela minha parte, confio que o Prof. Fidalgo reúne as condições necessárias para uma nova concepção de Universidade. Sinceros votos de sucesso
João Fonseca
(Prof. Associado do Departamento de Eng. Civil)
(Prof. Associado do Departamento de Eng. Civil)
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