segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Reitor e Administrador

O reitor não pode, nem deve, fazer tudo. Tem de se concentrar nas matérias importantes da universidade e deixar a gestão corrente para o administrador. Limpeza, contas da água e da luz, aquecimento, instalações sanitárias, requisições, seguros, férias dos funcionários, são tarefas de um administrador e não de um reitor.
Nada mais descabido do que telefonar ao reitor por tudo e por nada, por uma casa de banho avariada, uma porta que não fecha ou uma janela partida. O administrador e os serviços têm a autonomia para resolver os problemas do dia a dia. Os novos Estatutos são bem claros relativamente a isso. O artigo 52.º estabelece que : "A UBI tem um Administrador, escolhido entre pessoas com saber e experiência na área da gestão, com competência para a gestão corrente da Instituição e a coordenação dos seus serviços, sob direcção do Reitor."
O reitor é um académico (professor ou investigador) e não um gestor. O que lhe compete fundamentalmente é que na universidade haja ensino de qualidade e boa investigação. O administrador é um gestor profissional, com formação própria e específica.
Ninguém queira que o reitor faça o trabalho do administrador. Se o administrador não satisfizer, os Estatutos também indicam a solução: "O Administrador é livremente nomeado e exonerado pelo Reitor." Ou seja, não cabe ao reitor fazer a gestão corrente da universidade, mas cabe-lhe, isso sim, garantir que essa gestão é bem feita.

1 comentário:

  1. Não voto mas gosto de estar informado. Este blog é o único local onde posso expressar alguma ideia sobre a eleição reitoral e só por isso, mereceria o meu respeito de como serei tratado no futuro.
    Vi os programas e fico com a ideia de que os objectivos estão "politicamente correctos". Fui então em busca de Como se propõem fazer? E aí vi menos coisas ainda.
    Sem dúvida que não se esperam grandes alterações sem que nós próprios mudemos alguma coisa. Mas verifico que ainda há muito medo.Ninguém se quer comprometer pois tem medo que, se não ganhar o seu candidato, tenham represálias.
    Não tenho esse medo pois sou livre; não tenho esse medo pois sei que nenhum dos candidatos que ganhe o faria; não tenho medo pois não espero benesses e apenas conquistas.
    Assim, umas coisitas:
    1. Equipa coesa - claro, é básico e aí julgo que o prof. Fidalgo tem demonstrado saber fazê-lo
    2. Equipa com os outros candidatos a vices, um pouco naif e até demagógico, que demonstra receio de assumir uma equipa coesa.
    3. Ideias claras independentemente dos recursos financeiros; até porque já me habituei a viver do que consigo arranjar (projectos, comunidade, etc.); voltei a sentir-me mais confortável com prof Fidalgo que já demonstrara que se for preciso despedir quem não presta, não teme represálias sindicais
    4.Sentido de comunidade académica, fundamental para criar o verdadeiro espírito de trabalho e esforço tão necessário; voltei a ver melhores propostas aqui, se bem que o prof Queiroz adiante algumas em que acredito também
    5. Querer ser o melhor dos últimos em investigação é muito pouco. Precisava saber mais como se mede a qualidade da investigação realizada.O prof. Fidalgo é o único que dirige uma comissão de avaliação de cursos e tem na sua faculdade 2 centros com MB e que eu saiba não tem a maior parte de artigos ISI
    6. Grande esperança sobre como vai ser a estratégia do I. coordenador de investigação.Julgo que aqui estaremos servidos
    7. Delegar e responsabilizar; premiar o mérito e penalizar o "baldismo", como?
    Espero que não penalizem por não ter medo de assumir ideias próprias e mostrar sempre disponibilidade para fazer melhor pelos alunos, departamentos, faculdade e UBI.
    No programa do actual reitor, desiludiu-me que fosse o último a entregar, quando havia 3 candidatos já e, como tal, isso revela-me que não confia em nenhum dos 3. Para além disso, não vejo uma clara ideia de como se alteram os funcionamentos. Será com base nas mesmas pessoas? Mas sei que o povo português gosta mais do "conhecido". Eu acho que umas mudanças acertadas fariam respirar a UBI, mesmo sem dinheiro para "obras". Agora são precisas mais "pessoas".

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