Conheci o Professor Fidalgo durante o mestrado que frequentei na UBI, vai para mais de uma dúzia de anos.
As suas aulas começavam, quase sempre, sem que se desse por isso e pareciam terminar antes do tempo. O apelo ao estudo, esse estava sempre presente: “é preciso ler, é preciso ler, meus senhores”. Percebia-se claramente quem eram os alunos e quem era o professor, quem liderava e quem era liderado. Mas sempre num clima de respeito mútuo e informal. Para ir directo ao assunto: trabalho era trabalho, conhaque era conhaque.
Foi este professor exigente que tive o privilégio de poder escolher para meu orientador na dissertação de Mestrado. Conheci então o orientador amigo e empenhado com o qual sempre pude contar, na avaliação crítica e metodológica do meu estudo. Conheci, também, o seu dom de motivar, as repetidas manifestações de confiança e encorajamento com que me distinguiu. Conheci, enfim, o genuíno entusiasmo pela investigação que me soube contagiar. Que grande orientador.
Mestrado concluído, tive a sorte de integrar a equipa de investigadores do Labcom da UBI. Pude assim com ele privar mais de perto, ano após ano, em sucessivos encontros de trabalho no Labcom, mas também no decorrer das muitas jornadas científicas, em Portugal e no estrangeiro, em que fomos participando, e desse modo perceber melhor uma pessoa incomum. Tão incomum que lidera sem se impor. Tão incomum que se faz ouvir sem precisar de levantar a voz. Tão incomum que é capaz de mobilizar as suas equipas com uma só frase, uma só palavra, muitas vezes, até, só com a sua presença.
Américo de Sousa
domingo, 15 de março de 2009
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