
O Conselho Geral da UBI elegeu o Prof. João Queiroz para Reitor da UBI.
A UBI faz no dia 30 de Abril 23 anos de existência. É já tempo de assumir a sua maturidade para que se reflicta num aumento de massa crítica, onde todos possam participar na sua construção como a principal instituição pública de ensino superior da região, onde todos possam ser actores, mais ou menos activos e não apenas espectadores das políticas, da estratégia, das decisões sobre as grandes e pequenas coisas que fazem parte do quotidiano da nossa actividade, mas que não são de menor importância.
É claro que, no novo modelo de gestão das Universidades, esta possibilidade de todos podermos contribuir para o crescimento e desenvolvimento da UBI está comprometida por um conjunto de imposições de ordem organizacional que ferem e comprometem a democraticidade de funcionamento e gestão da Universidade Pública Portuguesa. Este modelo transpira falta de pluralismo e concentra na figura do Reitor um conjunto de competências, eu diria, quase infinitas, esvaziando os órgãos intermédios de poder de decisão e de construção participada da Universidade. Para compor o conjunto, tal cereja em cima do bolo, o Reitor é eleito apenas por alguns. Por isso, qualquer Reitor terá praticamente todo o poder para decidir sozinho aquilo que quer que a UBI seja.
Posto isto, creio que qualquer um dos candidatos poderá fazer sempre alguma coisa de relevante para a UBI, uma vez que têm todas as prerrogativas e instrumentos legais para fazerem tudo o que quiserem, ou praticamente tudo, haja orçamento!
Para mim, e neste cenário de défice democrático de gestão e organização, tão importante como aquilo que se propõem fazer os candidatos a Reitor, será terem a cultura democrática de ouvir os outros e fazerem uma gestão de acordo com o que a comunidade universitária espera, catapultando sempre a UBI para o crescimento e afirmação científica e humanista; pois é justamente isso que uma Universidade Pública deve ser de acordo com o Artigo 11º da Lei de Bases do Sistema Educativo e não apenas uma empresa de produção de “papers” científicos, em que o espírito crítico e a consciência social ficam à porta da linha de produção científica.
Por outro lado, formar alunos do ensino superior universitário é “assegurar uma sólida preparação científica e cultural e proporcionar uma formação técnica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e fomente o desenvolvimento de capacidades de concepção, de inovação e de análise crítica” (ponto 3º do Artigo 11º da Lei de Bases do Sistema Educativo). Ora, isto também só é possível com uma Universidade multidimensional e, por isso, não podemos ver a instituição como uma simples linha de montagem do início do século XX.
Sendo assim, e neste novo contexto, o melhor Reitor para construir uma universidade que continue a cumprir o âmbito e objectivos do Ensino Superior Público, será o que melhor souber ouvir, o que conjuntamente pensar e o que conseguir alargar o seu ângulo de visão com a visão de todos.
JP Castro Gomes, Prof. Associado com AgregaçãoLi, com a maior atenção, o Relatório da EUA.
Alguns poderão ver este documento como mais uma ilustração daquela lei geral que diz que os portugueses precisam sempre que os outros digam – de preferência, em inglês – aquilo que há muito já sabem. Ou seja: que no se refere à maior parte das suas observações e recomendações, o Relatório aponta para coisas que são, há muito, do conhecimento geral – desde as queixas de estudantes e docentes sobre o funcionamento dos Serviços Académicos ao carácter pouco internacional da nossa investigação.
Um primeiro argumento contra essa visão é o de que é importante resumir, num só documento, todas as coisas que já sabíamos; e, ainda mais, quando esse resumo é feito por entidades estrangeiras e independentes.
Um segundo argumento, muito mais importante do que o anterior, é o de que o Relatório acentua, em vários dos seus passos, a necessidade de a UBI desenvolver uma nova visão estratégica (ver pp. 14 e 19, por exemplo).
A proposta dessa visão estratégica, feita de forma clara e fundamentada é, sem dúvida, uma das principais responsabilidades dos candidatos a Reitor da UBI – dos já anunciados e a anunciar.
Como o é, também, a de aceitar discutir, com toda a comunidade ubiana – e não só com os membros do Conselho Geral –, essa mesma visão de futuro.
Paulo Serra
(Prof. Associado de Ciências da Comunicação)
No início do Século XXI, as universidades constituem-se como centros privilegiados de cultura, ciência e tecnologia e representam em todo o mundo um factor essencial de desenvolvimento social e económico. Também em Portugal o ensino universitário e a investigação científica ao mais alto nível desempenham um papel relevante na modernização do país e na afirmação nacional no seio das nações.Seja este volume um contributo para o cumprimento dessa ideia nas tarefas que todos, do assistente estagiário ao catedrático, do pessoal auxiliar ao administrador, do caloiro ao aluno de doutoramento, diariamente realizamos dentro da UBI.
A Universidade da Beira Interior assume o espírito secular da universidade europeia de junção e transmissão de todos os saberes e os desígnios contemporâneos de investigação e intercâmbio científicos no seio de uma comunidade universal.
À comunidade académica da UBI, alunos, docentes e funcionários
Por edital do Conselho Geral da UBI, encontra-se aberto o processo de candidaturas a reitor da nossa universidade. Dos candidatos ao cargo exige o Conselho Geral que sejam professores ou investigadores, tenham uma visão estratégica de valorização da Universidade da Beira Interior, e sejam capazes de promover valores humanísticos e científicos num ambiente de colegialidade e de inclusão da diversidade de todos os seus membros.
Anuncio, em primeira mão, a toda a comunidade académica que vou candidatar-me. Caberá, obviamente, ao Conselho Geral avaliar se preencho, ou não, os requisitos pedidos e decidir se aceita, ou não, a minha candidatura. Quero, no entanto, justificar perante todos porque o faço.
Um novo ciclo se abre na vida da UBI. Desde logo, porque os novos Estatutos e a alteração do modelo de governação académica a isso obrigam. Mas também um novo ciclo, pelos desafios, dificuldades e oportunidades, que os próximos 4 anos apresentam. Todos estarão conscientes de que, reconhecendo o muito que foi feito nos reitorados de Passos Morgado e de Santos Silva, se torna imperioso alcançar um novo patamar de qualidade académica, pedagógica e científica. Sem dúvida será uma tarefa exigente para todos, mas certamente a única viável para ultrapassar as dificuldades e aproveitar as oportunidades.
Os desafios que se colocam à UBI como pequena universidade do Interior de Portugal exigem tanto uma liderança forte como agregadora de todos os docentes, alunos e funcionários. Os problemas decorrentes da baixa demografia, da diminuição de alunos persistirão e até se agravarão; mas as universidades ganharão novas funções à medida que a sociedade se tornar mais e mais uma sociedade do conhecimento.
Creio ser uma pessoa exigente, firme e determinada, de dizer sim e dizer não, de olhar o futuro sem esquecer o passado, de motivar os que comigo trabalham, de ser imparcial; creio, em suma, ter demonstrado ao longo destes anos, que sei e sou capaz de liderar. Por isso me candidato a reitor da UBI.
Covilhã e UBI, 2 de Fevereiro de 2009
António Fidalgo